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Diferentes níveis socioeconômicos alargam desigualdades também na educação, impactando a escolarização e o futuro profissional de estudantes

Convidamos você, liderança educacional, a refletir conosco sobre os efeitos negativos das desigualdades socioeconômicas no desenvolvimento integral de alunas(os) de baixa renda.

Para iniciar essa conversa, vale ressaltar que o nível de escolaridade no Brasil está fortemente associado à renda e vice-versa. Famílias economicamente mais ricas vivenciam contextos mais favoráveis para aumentar sua escolarização. Para além desse fator, sabe-se que pessoas mais escolarizadas recebem melhores salários. Estas são condições básicas para a perpetuação das desigualdades e de um cenário de baixa mobilidade socioeconômica para crianças, adolescentes e jovens que nascem e vivem em núcleos familiares de baixa renda.

Estudantes de contextos mais abastados tendem a ter mães e pais mais escolarizadas(os), que oferecem, desde o início da vida, melhores condições para o desenvolvimento de um vocabulário amplo, acesso a bens culturais e a ambientes com condições estimulantes à aprendizagem, considerados fatores cruciais para o desenvolvimento integral, desde a primeira infância. Já as(os) que crescem em famílias com baixo nível socioeconômico são mais propensas(os) a enfrentar desafios que ameaçam sua sobrevivência, como violências, falta de segurança alimentar e de acesso a serviços públicos de qualidade, como escolas. A exclusão dos direitos básicos tende a conduzir essas(es) estudantes a uma trajetória escolar irregular, ampliando as chances de abandono, evasão e/ou distorção entre idade e série.

Desigualdades impostas desde o início da vida fazem com que crianças de origens socioeconômicas distintas enfrentem condições diferentes de acesso e fruição de oportunidades educacionais, que podem se perpetuar nas etapas seguintes do Ensino Básico. Por isso, é essencial que lideranças educacionais desenhem e implementem políticas públicas de promoção da equidade, para remediar essas condições desfavoráveis, traçando novas e bem-sucedidas trajetórias para estudantes de baixo nível socioeconômico. 

Tais medidas exigem uma ação coordenada da educação com outras áreas, como saúde, segurança, assistência social, direitos humanos, cultura, esporte e lazer. Por meio de uma ampla articulação intersetorial é possível avançar no propósito urgente e inegociável de promover educação de qualidade com equidade para todas e todos. Mudar esse cenário é um imperativo legal, moral e social, para a construção de uma sociedade igualitária, inclusiva e diversa. E a educação é a alavanca mais potente para protagonizar o enfrentamento desse grande desafio.

 

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